
As metáforas no caso se dão do Mito da Caverna de Platão, que fala sobre o homem precisar se livrar das amarras psicológicas impostas pela sociedade para poder ver um mundo maior.
Em Prisoner esse pequeno mundo é a Vila, onde todos são números e ninguém acredita num mundo maior fora dali, podendo até perguntar: "Por que alguém iria querer sair da Vila?"
Bem, a boa pergunta deveria ser "Por que alguém NÃO iria querer sair da vila?"
Uma ótima minissérie (tem só 6 episódios) cheia de dialogos que prendem você, paradinha, é verdade, mas compensa a paciencia, tv de primeiríssima.
No penultimo episódio, o personagem de Ian McKellen tem o melhor monólgo que já vi na tv que é o seguinte:
O mundo não é tão bonito quando se olha de perto. Nos apaixonamos pela crueldade, fazemos pornografia e chamamos de notícia. Um horror novo a cada dia. Achamos que o próximo desastre será ecológico, que o problema é político, mas não, a maior guerra é psicológica. Bem aqui. Nos transformamos em animais gordos e lentos, educados com desinteresse, entretidos com crueldade. Então, fazemos isso. Um novo mundo, algo humano. Mesmo assim, um sussurro na minha orelha me diz que eu estava errado, eles estavam certos, os selvagens estavam certos desde o começo. Eu queria que você viesse, que você destruísse minha culpa. Você estava certo. Estava certo em se tornar rebelde, vingativo. Sim, eu respeito isso. Me matar... Vejo a lógica nisso. E não estou com medo porque nós dois sabemos como é ser humano. Precisamos ceder ao animal que há no homem. Digo isso porque sei quem você é.assistão.